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Beija-flor
Os beija-flores, também denominados colibris, são termos comuns que se referem à qualquer uma de 362 espécies classificadas dentro de 113 gêneros reconhecidos, e se encontrando distribuídos desde o sul do Alasca ao extremo sul da Patagônia, no arquipélago da Terra do Fogo; embora grande parte das espécies se encontre na região dos trópicos equatorianos. São aves pequenas, com uma parcela significativa de suas espécies medindo entre 7.5 e 13 centímetros de comprimento, embora algumas sejam muito maiores ou, até muito menores. Dentre todos as espécies descobertas, sua maior espécie é o beija-flor-gigante (Patagona gigas), uma ave monotípica e monofílica, ao que a menor é o beija-flor-abelha (Mellisuga helenae). Cientificamente, os beija-flores estão classificados dentro da família dos troquilídeos (Trochilidae) que, por sua vez, está localizada dentro da ordem dos Apodiformes, que é constituída por pequenas aves com asas grandes e pés pequenos atrofiados, com garras nas pontas, usados para se empoleirar ou pousar. Sendo restritos ao continente americano, têm seu nicho ecológico preenchido no Velho Mundo pelos nectaríinideos. Existem, ainda, evidências de fósseis de algumas aves europeias pré-históricas, descobertos na região sudeste da França e Alemanha e datados do Paleogeno, que se assemelham aos beija-flores morfologicamente, mas extremamente divergentes no âmbito genético.A história natural dos beija-flores se inicia ainda nos primórdios da zoologia e, subsequentemente, da ornitologia, iniciando-se com descrições realizadas pelo sueco Carlos Lineu, e publicadas na décima edição do Systema Naturæ, estas locadas no gênero Trochilus, que, posteriormente, se tornaria o gênero-tipo da subfamília dos troquilíneos, dentro da família. Hoje, a maioria dos identificadores taxonômicos classifica-os dentro da ordem Apodiformes, porém, a BirdLife International considera-os pertencentes aos Caprimulgiformes, ao que a Lista de Aves de Sibley—Monroe, publicada originalmente em 1990, classifica os beija-flores dentro de uma ordem monotípica, que foi conhecida por Trochiliformes. Os beija-flores se encontram divididos em seis subfamílias, além de mais seis tribos, respectivamente, os troquilíneos (inclui tribos Trochilini, Mellisugini e Lampornithini), os fetornitíneos, os lesbíineos (que inclui as tribos Lesbiini e Heliantheini), os politmíneos, os florisugíneos e os patagoníneos. Entretanto, até a década de 2010, esta família incluía apenas as duas primeiras subfamílias, porém, diversos estudos filogenéticos moleculares confirmaram uma divisão de nove clados existentes neste táxon. O cladograma abaixo foi realizado através dos estudos filogenéticos publicados por McGuire et al.:
Estas aves são conhecidas no português brasileiro como beija-flores, e no português europeu como colibris, entretanto, outros nomes populares incluem cuitelo, cuitelinho, guanambi, guanumbi, guinumbi, guainumbi, pica-flor, chupa-flor, chupa-mel e suga-flor, e em guarani, estas aves são conhecidas popularmente como mainoĩ. Além disso, muitas espécies têm nomes específicos às mesmas, como os calçudos dos gêneros Haplophaedia e Eriocnemis, bem como os balança-rabos dos gêneros Glaucis e Threnetes, os rabos-brancos, os cometas de Sappho, Polyonymus e Taphrolesbia; e os bicos-de-lança, além de nomes exóticos como os helianjos, os metaluros ou os incas. A maioria dos beija-flores brasileiros possui distribuição na região nordeste do país, em altitudes entre 500 e 1500 metros acima do nível do mar. A maior biodiversidade destas aves ocorre nas regiões andinas da Colômbia e Equador; no Brasil, terceiro país com a maior biodiversidade do mundo, apresenta cerca de 84 espécies, com 16 sendo endêmicas. A maioria dos beija-flores é residente, com algumas espécies realizado migrações sazonais ao sul. São polinizadores e forrageadores, e se alimentam principalmente do néctar das flores nativas ou introduzidas — onde introduzem sua língua dentro das flores, sugando o pólen e o néctar —, e complementando sua dieta alimentando-se de pequenos insetos e outros artrópodes. A maioria de suas espécies é sexualmente dimórfica, onde as fêmeas apresentam cores mais opacas e, às vezes, os machos podem ser menores. A maioria destas aves são extremamente territorialistas, competindo com insetos, outros beija-flores e, ainda, com aves muito maiores, como os fura-flores. Nesse contexto, as espécies menos competitivas são submissas e frequentemente assediadas pelas espécies mais agressivas.