O arlequim é uma personagem da Commedia dell'arte, cuja função no início se restringia a divertir o público durante os intervalos dos espetáculos. Sua importância foi gradativamente afirmando-se e o seu traje, feito de retalhos multicoloridos geralmente em forma de losango, mais ainda o destacava em cena. Na Commedia dell'arte, forma de teatro popular italiana que também disseminou a personagem pelo mundo, o Arlequim seduz e "rouba" a Colombina do Pierrot.
Existe contudo, ainda, uma versão igualmente famosa, com origem napolitana no Polichinelo.
Picasso
A imagem do arlequim repete-se ao longo do trabalho de Picasso desde 1901 e especialmente desde 1905, quando quase se tornou o protagonista do assim chamado período rosa. Parece indiscutível que esse caráter da Commedia del arte, como ocorreria nos anos 30 com o minotauro, tornou-se o "alter ego" do artista de Málaga. Os especialistas de Picasso queriam ler em arlequim uma testemunha da comédia humana; um iniciado que procura transgredir e transcender as limitações do homem terreno. Em 1915, Picasso fez uma série de investigações em torno do arlequim, cuja culminação, de acordo com as palavras do artista, era o Arlequim, propriedade do MoMA de Nova York. Outras pinturas famosas são: o pensativo arlequim (1901) do período azul, o tenro Arlequim de 1917, ou o retrato de seu filho Paulo, Arlequim (1924).